Após mais de um mês de criado, esse é praticamente um blog "fantasma". Não entrei aqui para postar por falta de tempo e também notei que ninguém comentou. Talvez ninguém nem tenha entrado aqui. Mas tudo bem. Esse espaço serve como desabafo principalmente. Estava pensando em como começar a relatar tudo que tenho vivido nesses últimos tempos mas estou tentando organizar as idéias. Muitas coisas acontecendo...
Bem, lembro que quando conheci meu marido, pensei: "nossa, sou uma mulher de sorte, encontrei um homem que além de bonito é maravilhoso". Após um ano e meio de relacionamento, resolvemos casar para podermos regularizar a situação dele aqui, já que ele é estrangeiro e estava com visto de turista. Definitivamente, eu não sabia em que terreno eu estava pisando. Só vim realmente descobrir a pessoa que ele é pouco tempo depois de casada. Tem sido uma experiência desgastante e extremamente frustrante. Minha autoestima está lá embaixo, me afastei de todos os meus amigos, perdi peso, não tenho nenhum prazer em estar próxima dele. Ele veio literalmente destruindo tudo de bom que eu sentia por ele.
Enquanto namorávamos, eu percebia que ele se estressava demais e explodia por coisas pequenas. Às vezes, ele me acusava de ter dito ou feito coisas que eu não tinha feito e eu ficava sem entender aquilo. Lembro que na primeira viagem que fizemos juntos com um casal amigo, eu estava dirigindo há mais de 8 horas supercansada e meu amigo começou a fazer piadas no banco de trás para me animar e me fazer rir. Meu marido, ainda namorado na época, não entendia tudo que estava sendo dito e simplesmente fechou a cara e começou a resmungar e xingar.
Quando finalmente chegamos ao nosso destino, estávamos famintos e decidimos comer uma pizza. Enquanto meus amigos foram ao banheiro, eu perguntei a ele o motivo de tanta irritação dentro do carro, se algo tinha acontecido e eu não tinha percebido. Ele disse que sabia que nós estávamos falando em português para que ele não entendesse e que o único motivo para isso era porque estávamos falando mal dele e rindo. Eu fiquei pasma ao ouvir aquele discurso paranóico e tentei trazer ele de volta à realidade.
Expliquei que meus amigos não falavam inglês e que eles só estavam fazendo piada para me manter atenta ao volante uma vez que eu estava esgotada por dirigir tantas horas seguidas. Ele ainda ficou querendo questionar o que eu estava dizendo e eu fui taxativa dizendo que nada do que ele tinha em mente de fato aconteceu e que eu ia considerar aquela reação dele como uma consequência da fome e do cansaço. Em seguida, meus meus amigos voltaram à mesa e a conversa acabou por aí.
Nessa mesma viagem, a qual durou cerca de 7 dias, ocorreu um outro episódio quando estávamos voltando para casa. Resolvemos parar em uma cidade para passar à noite porque estávamos cansados, tomamos banho, relaxamos um pouco e como ele adora comida mexicana e havia um restaurante desse tipo na cidade, fomos para lá. Escolhemos uma mesa, sentamos, fizemos o pedido e enquanto aguardávamos a comida chegar, ficamos conversando. De repente, ele ficou extremamente irritado e começou a falar de forma alterada. Segundo ele, eu não estava deixando ele falar, sendo que ele tinha monopolizado praticamente toda a conversa e quando ele fez uma pausa para tomar uns goles do drink, eu fiz um comentário rápido.
O fato é que por causa desse comentário que eu fiz enquanto ele estava com a boca ocupada com a bebida, iniciou-se uma discussão que culminou com a nossa saída do restaurante sem sequer finalizar o jantar. Meus amigos não compreenderam o que tinha acontecido, o porquê daquela reação extremada da parte dele e eu também fiquei tentando entender a lógica dele e o que eu supostamente tinha feito de errado. A discussão continuou quando retornamos para o local onde estávamos hospedados porque ele continuava me acusando de ser mal-educada e de interromper as pessoas enquanto elas falavam. Em resumo: foi uma situação extremamente desagradável, meus amigos ficaram com uma impressão não muito boa a respeito dele, eu tinha ficado chateada mas não tinha a noção de que aquilo era só a ponta do iceberg.

